quarta-feira, 22 de abril de 2009

Um GRANDE amigo


Os cães mais pesados do mundo são o São Bernardo e o Mastife, segundo o Guiness Book, o livro dos recordes. Embora tenham um porte gigante e uma fantástica massa muscular, que pode chegar próximo aos cem quilos e a um metro de altura, o tipo de interesse que despertam nas pessoas é bem diferente. Enquanto o Mastife com sua cara de bravo faz sucesso como cão de guarda, o São Bernardo agrada mesmo é como companheiro, de temperamento dócil e jeito bonachão. Um fato óbvio para cães que originalmente foram destinados a funções bem distintas. Se o valente e bravo Mastife ficou conhecido por lutar em arenas, o amistoso e tranqüilo São Bernardo ganhou fama pelas ações altruístas de salvar vítimas na neve.


MASSA FÍSICA


Exatamente devido à aptidão em dar o alarme e por possuir um porte gigantesco, o São Bernardo intimida os estranhos e, conseqüentemente, não deixa de ser útil como guardião. Mas é como companheiro que faz sucesso. E com o grande diferencial do peso imbatível.

Embora seja um companheiro pacato, que gosta de ficar deitado num canto, quando quer mostrar que gosta da gente a reação do São Bernardo é a de pular, apoiando todo o peso do corpo. Mas essa efusividade só acontece quando o dono não se mostra incomodado. Quando repreendido, o São Bernardo geralmente aprende com facilidade.


ESTRATEGISTA


A massa muscular do São Bernardo proporciona uma tremenda força, que ele não hesita em usar para atender aos seus impulsos quando o condutor não sabe comandá-lo. Tirar um cão desses do local, contra a vontade, é coisa para estrategista. Se o São Bernardo não quer fazer algo costuma deitar no chão e não sair.
Por ser tão gigantesco, a maioria mantém seus São Bernardos em áreas externas, mas muitos permitem o acesso ao interior da casa, principalmente nas horas de lazer. Nessas ocasiões fica difícil sobrar um espacinho em que o dono e o cão possam ficar juntos.
Até brincar fica difícil com tanto corpo.
Onde vive um São Bernardo até os "brinquedinhos" ganham volume.
Enquanto a maioria dos cães se diverte com uma bolinha de tênis, a do São Bernardo é uma de basquete ou de futebol.


LUGAR PERDIDO


O enorme porte do São Bernardo chegou até a limitar o seu campo de atuação.
Transportar um cão tão grande exige um bom espaço. Um São Bernardo ocupa todo o banco de trás de um veículo. Márcia diz que dá para levar apenas um de cada vez.
Para quem aprecia participar de atividades esportivas com o cão, é bom saber que dificilmente um São Bernardo vencerá provas em que a rapidez e a agilidade são decisivas. Porém, já foi inventada nos EUA, há cinco anos, uma competição à "altura" da força e tamanho da raça. Chama-se drafting. Numa das etapas da prova, o cão tem de puxar um carrinho pesando, inicialmente, cerca de 11 quilos, durante 1,6 quilômetros. "Os recordistas chegaram a puxar um pouco mais de uma tonelada", diz Walt Parsons, organizador das provas na Califórnia.


HERANÇAS


Entre os males hereditários que podem atingir a raça, está a displasia coxo-femural. Na Suíça, o clube da raça também trabalha pelo controle do problema. Lá, para poder cruzar São Bernardos, é preciso antes obter uma autorização conseguida depois de examinados por três juízes que também analisam suas radiografias. Para preveni-la, é bom evitar agravantes como a obesidade e os pisos lisos, não utilizar os portadores do problema na reprodução e só comprar filhotes de pais isentos do mal (detectado por raios-X a partir de um ano de idade).

Outro problema hereditário que afeta cerca de 22% dos São Bernardos americanos é o entrópio, ou seja, a pele que encobre parte da vista. Costuma aparecer a partir dos três meses de vida. Os olhos vão ficando irritados e verme-lhos, com lacrimejamento excessivo. A correção é cirúrgica. Desirée comenta também que algumas linhas de sangue nos EUA apresentam epilepsia, mal genético sem cura que provoca convulsões e pode ser controlado com medicamentos. Aparece depois dos 3 anos de idade. Recomenda-se não reproduzir o cão portador de males hereditários para não disseminar os problemas.

Há também o câncer ósseo que afeta 6% dos São Bernardos americanos com idade acima de cinco anos.


Ocorre também a dermatite causada por umidade, mais difícil de secar sob a pelagem do São Bernardo, bastante densa inclusive no de pêlo curto. A umidade do ambiente e a baba deixada durante as coçadas com a boca devido a picadas de pulgas ou outros parasitas externos favorecem o problema. O tratamento é feito aparando os pêlos no local afetado e ao seu redor e passando um cicatrizante. O cão precisa ser muito bem secado com secador após os banhos e não ficar em locais úmidos.

As orelhas caídas do São Bernardo o predispõem a infecções de ouvido, pois os condutos auditivos ficam abafados e quentes, formando um ambiente ideal à proliferação de bactérias. Desirée aponta que 10% dos exemplares da raça nos EUA têm esse problema. Para prevenir o problema veterinários recmendam que se faça uma limpeza regular nos ouvidos, usando óleo mineral num algodão enrolado no dedo e nunca pinças, pois podem machucar. A torção gástrica também pode acontecer. O cão precisa de socorro imediato através de cirurgia. Como prevenção, nunca dê a comida uma única vez ao dia e não deixe o cão praticar exercícios de barriga cheia.

Com relação aos cuidados de higiene, tanto os exemplares de pêlo longo quanto os de pêlo curto podem tomar um banho por mês e serem escovados semanalmente. A baba típica da raça ocorre principalmente após as refeições e depois de ter tomado água, situação que se intensifica nos dias quentes. Para evitá-la, o melhor é não ter contato com o cão nesses horários. Se for comprar um filhote, prefira os maiores, mais pesados, com cabeças grandes, boa movimentação e com a máscara preta na cara. Para que possa se exercitar adequadamente, esse grandalhão necessita de uma área livre de aproximadamente 80 m2 e passeios regulares.

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