terça-feira, 13 de abril de 2010

A história do Marley

A foto e o texto abaixo foram postados no blog Visor do jornalista Rafael Martini. Conta uma história muito interessante que nos faz refletir sobre nossas atitudes e o que mais podemos fazer para que os animais possam ter uma vida com respeito e em paz. Ainda bem que ainda existem pessoas que de fato se importam e, se preciso for, compram qualquer briga para defender nossos patudos.

Marley, o sobrevivente

 Por Rafael Martini

Ele é apenas um vira-latas, bem diferente do seu xará que virou best seller nas livrarias e sucesso nos cinemas. O cãozinho aí da foto, também chamado de Marley, sobreviveu a um suposto ato de violência em Itajaí. Provocada exatamente por quem deveria combatê-la. Ele foi atingido pela descarga elétrica da pistola Taser, arma não-letal de um policial militar, no último dia 4.
Marley é o mascote da 2ª DP de Itajaí. Graças ao seu comportamento dócil e brincalhão, virou o xodó dos agentes. Todos brincam com ele, até alguns detentos. Ao ser adotado, também incorporou a função de guarda, pois sempre late quando escuta algum barulho nos fundos da DP, terreno baldio, margeado por um rio.
Era noite de domingo, quando os dois policiais civis de plantão pediram apoio a uma equipe do Pelotão de Policiamento Tático (PPT), do 1º Batalhão da PM de Itajaí, para dar uma “geral” nos cubículos da carceragem da delegacia. Os militares chegaram e se posicionaram. A partir daí, surgem duas versões sobre o que teria acontecido com o Marley.
Os agentes dizem que um dos PMs se posicionou em frente à carceragem e atirou contra Marley, que estava por ali, provocando a revolta dos policiais civis. O animal saiu em disparada, latindo muito e teria ido se esconder nos fundos da DP. O comando do Batalhão assegura, via assessoria da PM, que a pistola não foi acionada. O soldado teria feito somente um “teste” para conferir se ela estava energizada e encostado a arma no cãozinho. Um dos agentes que pediu para não ser identificado resume o episódio:
— Imagina alguém entrar na sua casa e chutar o seu cachorrinho. Qual seria a sua reação? — questiona.
Oficialmente, o delegado Procópio Batista da Silveira, um dos titulares da 2ª DP, abriu inquérito para apurar se houve maus tratos ao animal ou abuso de autoridade. Os depoimentos devem ocorrer até o final da semana. Na PM, também foi aberta uma sindicância para apurar os procedimentos do soldado. O saldo da agressão foi o desgaste ainda maior na relação entre Polícia Civil e Polícia Militar em SC. A boa notícia é que, passado o susto, Marley continua lá na 2ª DP todo serelepe. E cada vez mais elétrico.

Martini,obrigada por fazer parte daqueles que se importam e publicam histórias como essas.

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